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Trem Bão

Crônicas e Casos de Um Tímido Começo


MEAP – Missão Evangélica de Assistência aos Pescadores

Por Amauri Vassão Filgueiras

Um trecho da canção ‘Beija Flor’, do poeta e músico Jorge Camargo, de algum modo resume o que foram os começos da MEAP ali no início dos anos 1980: “Não rejeite os tímidos começos, a deselegância dos tropeços…”. Nos últimos quarenta anos, aquele grão de mostarda semeado aqui e ali por mãos por vezes trêmulas e por pés formosos, mas às vezes vacilantes, vai revelando o potencial irresistível da Graça do CRISTO, que aonde chega, transforma, no lugar que é recebido, liberta.

POR DETRÁS DE UMA TELA DE RARA BELEZA…

O início dos anos 80, conhecidos como ‘a década perdida’, é o tempo em que os olhos dos ambientalistas se voltam para um dos mais importantes ecossistemas do planeta, o complexo estuarino-lagunar que envolve a faixa litorânea do litoral sul de São Paulo e do Paraná. Um rico bioma de riqueza exuberante, uma tela que revela rara beleza, mas que disfarçava e escondia dezenas de vilas e casas isoladas às margens do canal e ramificações, habitat de uma gente simples que faz da pesca sua atividade essencial e que em grande parte vive mergulhada num mar de carências. É este o cenário no qual o missionário James Orr, canadense e brazuca assumido, que logo vira Jaime, vai gastar os primeiros litros de combustível nas primeiras incursões missionárias.

AMBIENTE DE HOSTILIDADE É ESPAÇO PARA CRIATIVIDADE

O tempo das ‘primeiras navegações’ não era exatamente o mais acolhedor para as iniciativas de evangelização. Todos eram bem-vindos às vilas para a compra do pescado, mas a mesma disposição desaparecia sob o temor da vigilância dos religiosos se a intenção de gente como o Jaime fosse a de proclamar a ‘lei dos crentes.’ Então, surge uma ideia que levaria o Jaime a ancorar o barco no meio do canal, distância razoável da vila de modo a preservar a segurança e ao mesmo tempo fazer a mensagem chegar de algum modo. Na embarcação, uma adaptação: discos de vinil rodavam sobre o prato de uma vitrola, e lindos hinos eram impulsionados pelo vento a partir da boca escancarada de um megafone, aqueles mesmos tão famosos das maravilhosas pamonhas de Piracicaba. E assim foi…

Num certo dia, o Jaime está numa das vilas – ‘sem intenções evangelísticas’ – quando se aproxima um casal de pescadores.

“O senhor é o seu Jaime?” Pergunta aquele senhor.

“Sou, sim.”

“Pois é, um dos dias eu e minha mulher entramos no mangue para ouvir os hinos. Eu não queria que o pessoal me visse, e eles pensaram que eu ia pegar ostra, e fui mesmo. Mas eu queria mesmo era ouvir as músicas tão lindas dos crentes. O senhor pode me falar bem rápido do Jesus das músicas?”

Bom, essa é apenas uma das muitas histórias que giram em torno da Grande História de Salvação e de transformação das vilas e vidas de pescadores e ribeirinhos. Há tantas outras, como aquela, ainda lá nos ‘tímidos começos’: o Jaime visita o seminário Palavra da Vida, em Atibaia, munido de seu projetor de slides e de seu jeito um tanto desengonçado. Após a divulgação um jovem seminarista seria capturado pela visão e passaria a dedicar toda sua vida para servir à causa de CRISTO junto aos pescadores e ribeirinhos. Mas essa é outra história… Até lá!

NAVEGUE CONOSCO!     meap.net.org.br – @meapmissao – amaurivassao@gmail.com

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